sábado, 2 de fevereiro de 2013

Drogas, fujam.

Droga! Uma grande droga devemos nos mobilizar.

 Às drogas continuam destruindo milhares de pessoas em todo o mundo, ela se infiltra em todas às camadas sociais, e não é fácil se livrar delas uma vez viciado.

 Nestes dias em quê se aproximam às atividades esportivas no Brasil, copa das confederações, mundial de futebol e olimpíadas, nota-se que o governo está se mexendo em busca de soluções para esse problema que não é só de governo - mas um problema coletivo, meu e seu também!

 Às drogas entram de forma silenciosa, travestindo o usuário no seu organismo e na sua personalidade, transformando seus hábitos, e roubando seu caráter.

 Medidas estão sendo tomadas que dividem opiniões, algo tem que ser feito para evitar a circulação de tantas drogas, principalmente as que entram livremente nos lares de forma legais.

 Nesta postagem quero ressaltar o trabalho importante do policial civil, Wagner Ayala, pelo seu brilhante apanhado, focando o assunto de uma forma consistente, opinando nos últimos atos das autoridades em torno do assunto.

Não é fácil resolver este grande problema uma vez que abordam diretamente nos direitos civis do cidadão usuário, por isso seria bom que toda sociedade se empenhassem nesta questão.

vejam o blog do Ayala.



INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICO


Projeto de Lei prevê internação compulsória de 

dependente químico

internação compulsoria 300x225 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOUm Projeto de Lei que prevê a internação compulsória de dependente químico poderá ir a votação do Plenário da Câmara dos Deputados a partir de fevereiro. Proposto pelo deputado Osmar Terra (PMDB-RS), o PL 7.663/2010 altera a Lei do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (11.343/2006) e já foi aprovado em Comissão Especial da Casa.

ação contra o crack 103x150 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOO texto prevê três tipos de internação: voluntária, que é a consentidapelo dependente; a involuntária, a partir de pedido de terceiro e contra a vontade do dependente; e a compulsória, a partir de determinação da Justiça. Pelo PL, a internação deverá ser registrada no Sistema Nacional de Informações, para acompanhamento do Ministério Público e dos Conselhos de Políticas sobre Drogas.Por Elton Bezerra
Hoje a internação contra a vontade do próprio dependente de drogas só é feita por decisão liminar da Justiça, pedida por parentes ou por órgãos judiciais. É adotada principalmente no Estado do Rio de Janeiro e passa a ser seguida também em São Paulo, nesta semana.
Se aprovada por uma lei federal, a internação compulsória passa a valer para todo o país, por um prazo máximo de 6 meses.
O sistema nacional de informações vai registrar o nome do internado, para acompanhamento do ministério público e dos conselhos de políticas sobre drogas.
 Vejam o vídeo
Entenda o que é a internação compulsória para dependentes químicos
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania preparou perguntas e respostas sobre ação do Governo do Estado
Protesto contra internação compulsória 150x99 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOO Governo do Estado deu início à parceria com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para plantão especial no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) para atendimento diferenciado aos dependentes químicos. Em casos extremos, a Justiça pode decidir pela internação compulsória do dependente. Para entender melhor o que é o programa e qual o objetivo da ação, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania preparou um guia com perguntas e respostas.
1) A internação compulsória está prevista em lei?
Sim. Quando a pessoa não quer se internar voluntariamente, pode-se recorrer às internações involuntária ou compulsória, definidas pela Lei Federal de Psiquiatria (Nº 10.216, de 2001).
crack internação compulsoria rio 150x99 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICO§ Internação involuntária: de acordo com a lei (10.216/01), o familiar pode solicitar a internação involuntária, desde que o pedido seja feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra. A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público da comarca sobre a internação e seus motivos. O objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação ser utilizado para a prática de cárcere privado.
Ação assistência social Osvaldo Praddo Agência O Dia Manguinhos 28.06.2011 150x112 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICO§ Internação compulsória: neste caso não é necessária a autorização familiar. O artigo 9º da lei 10.216/01 estabelece a possibilidade da internação compulsória, sendo esta sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a sua condição psicológica e física.
2) Se já está previsto por lei, qual é a novidade no que o Governo do Estado está fazendo?
cracolandia SP 150x109 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOO governo criou medidas para o cumprimento mais eficiente da lei. No dia 11 de janeiro de 2013, o Estado de São Paulo viabilizou uma parceria inédita no Brasil entre o Judiciário e o Executivo, entre médicos, juízes e advogados, com o objetivo de tornar a tramitação do processo de internação compulsória (já previsto em lei) mais célere, para proteger as vidas daqueles que mais precisam. As famílias com recursos econômicos já utilizam esse mecanismo (internação involuntária) para resgatar os seus parentes das drogas. O que o Estado está fazendo, em parceria com o Judiciário, é aplicar a lei para salvar pessoas que não têm recursos e perderam totalmente os laços familiares. Essas pessoas estão abandonadas, e é obrigação do Estado tirá-las do abandono. A presença do Judiciário vai aumentar as garantias aos direitos dos dependentes químicos.
3) Quem são os parceiros do Estado e qual será a participação deles?
consumo de drogas 150x89 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOForam assinados três termos de cooperação técnica: um comTribunal de Justiça de SP para a instalação de um anexo do tribunal no CRATOD, em regime de plantão (9h às 13h, de segunda a sexta-feira), com o objetivo de atender as medidas de urgência relacionadas aos dependentes químicos em hipóteses de internação compulsória ou involuntária, com a presença inclusive de integrantes da Defensoria Pública; outro termo com o Ministério Público, com o objetivo de permitir que promotores permaneçam acompanhando o plantão do Judiciário. E um terceiro, com a OAB, para que a entidade coloque, de forma gratuita e voluntária, profissionais para fazer o atendimento e os pedidos nos casos necessários.
4) O que vai mudar agora com a parceria entre Estado e Judiciário?
Brazil crack 150x98 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOVerificou-se que, se a indicação médica for pela internação compulsória, em muitos casos a demora na emissão da ordem judicial impede a equipe médica de manter o paciente no local. O processo continuará a ser iniciado pelos agentes de saúde, da mesma maneira como ocorria antes. A diferença é que, agora, representantes do Judiciário farão plantão em um equipamento médico (CRATOD). Consequentemente, a determinação judicial será mais célere. Após receber o primeiro atendimento (quando o paciente é levado de maneira voluntária ao CRATOD por um assistente social), o dependente químico será avaliado por médicos que vão oferecer o tratamento adequado. Caso a pessoa não queira ser internada, o juiz poderá determinar a internação imediata (desde que os médicos considerem que a pessoa corra risco e atestem que ela não tem domínio sobre sua condição física e psicológica).
5) Antes desta parceria entre o Estado e o Judiciário, a prefeitura já realizava internações compulsórias na cidade de São Paulo?
cracolandia 150x112 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOSim. Dados da Secretaria Municipal de Saúde demonstram que a internação compulsória já é praticada desde que a prefeitura começou, em 2009, a Operação Centro Legal. Das cerca de 2.800 internações realizadas em equipamentos exclusivamente municipais neste período (2009/2012), a prefeitura confirma mais de 300 casos de internação compulsória (cerca de 11% do total). O processo começava com a abordagem dos agentes de saúde. Se o dependente concordasse, ele era enviado a um equipamento – no caso do município, CATS ou Complexo Prates, no caso do Estado, CRATOD –,onde médicos e uma equipe multidisciplinar decidiam qual deveria ser o processo terapêutico adotado para aquela pessoa. Em casos específicos, sempre com laudo médico, optava-se pela internação compulsória para proteger a integridade física e mental do paciente.
6) A internação compulsória será a regra a partir de agora?
cracolandia 150x101 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICONão. Casos de internação compulsória continuarão a ser exceção e não regra. A política prioritária continua sendo a internação voluntária, através do convencimento do dependente por agentes de saúde, assistentes sociais da prefeitura e integrantes da Missão Belém (ver item 16), além de outras formas de tratamento.
7) A PM terá alguma participação no processo de internação compulsória de usuários de drogas?
crack cracolandia sp 150x100 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICONão. A PM não vai recolher pessoas nas ruas para tratamento. Durante esse processo serão seguidos todos os protocolos vigentes na área de saúde e na garantia dos direitos humanos e individuais dos usuários.


icon cool INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICO  Em caso de resistência do dependente químico, qual será o protocolo?
Nesses casos específicos, vão atuar médicos e enfermeiros treinados para essas situações.
9) Médicos especialistas em dependência química são favoráveis à internação compulsória?
Sim. Veja o que dizem alguns dos maiores especialistas do Brasil sobre o assunto:
arthurguerra 120x150 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOPara Arthur Guerra, psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina (FM) e coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Álcool e Drogas: “De forma geral, a internação involuntária é um procedimento médico realizada no mundo todo há muitos anos, que obedece a critérios superobjetivos. A visão médica não vai deixar esse paciente se matar. O médico, no mundo todo, não acha que é um direito do ser humano se matar, pois entende que esse paciente está doente e tem de ser internado. Depois daquele momento de fissura e excesso, quando estiver recuperado, o paciente vai dizer: ‘Obrigado, doutor’”. http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/381210/internacao-involuntaria-para-dependentes-quimicos-divide-opinioes/
ronaldo laranjeira 92x150 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICORonaldo Laranjeira, professor titular do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, diretor do INPAD (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas) do CNPq e coordenador da UNIAD (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas): “Nos casos mais graves, a internação é a alternativa mais segura. O ideal seria que ninguém precisasse disso, mas a dependência química é uma doença que faz com que a pessoa perca o controle”.http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI255395-15257,00-INTERNAR+A+FORCA+RESOLVE.html

Drauzio Varella1 150x111 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICODrauzio Varella, médico oncologista, cientista e escritor. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos e hoje atende na Penitenciária Feminina da Capital: “A internação compulsória é um recurso extremo, e não podemos ser ingênuos e dizer que o cara fica internado três meses e vira um cidadão acima de qualquer suspeita. Muitos vão retornar ao crack. Mas, pelo menos, eles têm uma chance”. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI255395-15257,00-INTERNAR+A+FORCA+RESOLVE.html
10) Qual a posição da população brasileira quanto à internação compulsória?
Pesquisa do Datafolha divulgada no dia 25 de janeiro de 2012 aponta que 90% dos brasileiros apoiam a internação involuntária de dependentes de crack. http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=1175
11) O tratamento feito mediante internação involuntária ou compulsória funciona?
cracolandia 150x101 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOSim. Segundo o National Institute on Drug Abuse (EUA), uma das instituições mais respeitadas do mundo nessa questão, funciona tanto quanto o tratamento feito quando o paciente se interna voluntariamente. Na publicação Principles of Drug Addiction Treatment: A Research-Based Guide (Princípios do Tratamento do Vício em Drogas: Um Guia Baseado em Pesquisa), o instituto apresenta quais são os princípios de um tratamento eficaz. O texto diz “o tratamento não precisa ser voluntária para ser eficaz. Sanções ou incentivos impostos pela família, ambiente de trabalho ou pelo sistema judicial podem aumentar significativamente a taxa de internação e de permanência – e finalmente o sucesso das intervenções de tratamento”.http://www.drugabuse.gov/publications/principles-drug-addiction-treatment-research-based-guide-third-edition/principles-effective-treatment
12) A internação compulsória para dependentes de drogas é utilizada em outros países?
cracolandia Brasil 150x98 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOSim. Doze estados norte-americanos, dentre eles a Califórnia, possuem leis específicas sobre a internação compulsória ou involuntária. A Flórida, por exemplo, tem o Marchman Act, aprovado em 1993. O Canadá tem legislação que permite o tratamento forçado de viciados em heroína. O Heroin Treatment Act foi aprovado na província de British Columbia em 1978. A lei foi contestada na Justiça, mas foi mantida posteriormente pela Suprema Corte. A Austrália possui legislação que permite aos juízes condenar ao tratamento compulsório dependentes de drogas que cometeram crimes. A Nova Zelândia também tem legislação que permite à Justiça ou à família internar um dependente compulsoriamente. A Suécia possui o Act on the Forced Treatment of Abusers, que permite a internação compulsória de dependentes que representem risco para si próprios ou para terceiros; a lei é utilizada principalmente para menores de idade.
13) A Organização Mundial de Saúde reconhece a internação compulsória como opção de tratamento?
Sim. No documento “Principles of Drug Dependence Treatment”, de 2008, a OMS considera que o tratamento de dependência de drogas, como qualquer procedimento médico, não deve ser forçado. Admite, porém, que “em situações de crise de alto risco para a pessoa ou outros, o tratamento compulsório deve ser determinado sob condições específicas e período especificado por lei”. http://www.unodc.org/documents/drug-treatment/UNODC-WHO-Principles-of-Drug-Dependence-Treatment-March08.pdf
14) O governo do Estado (SP) está ampliando a oferta de leitos públicos para internação, seja voluntária ou compulsória?
Sim. Atualmente a Secretaria de Estadual de Saúde mantém 691 leitos públicos para dependentes químicos, dos quais 209 foram implantados na atual gestão (aumento de 43%). Outros 488 novos leitos estão em processo de implantação e devem estar disponíveis até o final de 2014, quando o Estado contará com 1.179 leitos. O Governo de São Paulo foi o primeiro do Brasil a criar clínicas com leitos públicos para internação de dependentes, processo que começou em 2010. Todos estes leitos são financiados com recursos exclusivos do governo do Estado, sem a participação do governo federal.
15) O Governo do Estado tem ampliado a oferta de abordagem social?
Desde o dia 3 de dezembro de 2012, o trabalho de abordagem social para auxiliar os dependentes a largar as drogas está sendo realizado com o apoio de 56 agentes da Associação Missão Belém. Os agentes são pessoas que já estiveram em situação de rua e dependência química e foram reinseridos socialmente pelo trabalho da própria Missão. Até o momento mais de 400 dependentes foram retirados do centro e levados para as casas de triagem da Missão. Diariamente, de 10 a 15 pessoas têm concordado em ir para as casas de triagem. Depois de passar pelas casas de triagem e por tratamento de saúde, os usuários podem ser recebidos em moradias assistidas, onde se iniciará a reinserção social. Nesta etapa, o processo conta com atividades de educação, trabalho, lazer, esporte e cultura, além de incentivo para o retorno ao convívio familiar.
Do Portal do Governo do Estado e da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
 VÍDEO:

Jornal diz que Rio começa internação compulsória de adultos em abril

Prefeitura confirma o plano, mas nega que haja uma data definida.
Viciados em crack devem passar por triagem antes de tratamento.

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Será que a Internação Compulsória é suficiente?
O tema que trata da determinação legal para o recolhimento a hospitais, de dependentes do crack, pelo Estado do São Paulo, e que pode espraiar-se para todo o país, vem gerando polêmica, considerando que, também, em nosso entender, não basta, simplesmente, retirar um drogado das ruas e hospitalizá-lo para que seja desintoxicado e, mais tarde, colocado na rua outra vez. Se não houver toda uma estrutura de apoio, bem como um trabalho forte de complementação para, realmente, reintegrá-lo à sociedade, o governo estará, apenas, jogado dinheiro pela janela.
Veja a palavra forte, por meio do Desembargador Claudio Dell’Orto, Presidente da Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro), salientando que a internação de drogados, em qualquer cidade, precisa priorizar o tratamento e recuperação.
“Não se pode imaginar que esses seres humanos sejam internados para que as ruas fiquem mais bonitas e a sociedade tenha a sensação de que o problema foi resolvido. É crucial a preocupação com essas pessoas, seu destino e reinserção familiar e social”, disse o Magistrado, conforme informa a Ricardo Viveiros e Associados – Oficina de Comunicação, que complementa o pensamento do magistrado Ricardo Dell’Orto, que lembra a recuperação dos viciados em crack como muito lenta, complexa e de sucesso muito difícil, “por isso, ao tirá-los das ruas, é necessário ter estruturado todo um programa de saúde, psicologia, assistência social e jurídica, visando ao seu tratamento e a preservação de seus direitos de cidadania”.
Existem fatos, aos montes, provando que o simples tratamento de  desintoxicação do viciado, mesmo em atendimento ao seu próprio desejo (sem internação compulsória), desde que não exista o devido acompanhamento posterior, termina por jogá-lo, outra vez, nas cracolândias da vida, quer pela extrema dificuldade da autoafirmação da vontade de eliminar da sua vida o produto, como pela presença próxima de traficantes e “antigos companheiros” que, fatalmente o conduzirão ao caminho de retorno.
A elaboração de programas governamentais para a reintegração de viciados sempre será bem vinda, diante do verdadeiro caos que vem se tornando este país, com cracolândias espalhadas por todos os cantos e, sempre, em fase de expansão, em uma prova que, infelizmente, estamos perdendo essa guerra para o tráfico, mas esses programas terão que ser elaborados de forma a acompanhar e proteger o ex-drogado, até que ele encontre condições de caminhar com a sua própria força e de cabeça erguida, diante da vitória contra aquele mal que estava tirando-o do convívio dos seus entes queridos e da sociedade. O resto, salvo melhor juízo, será, sempre, “pano de fachada” ou apelo de medidas paliativas sem bases sólidas que possam garantir êxito.
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Internação compulsória é caminho a ser percorrido, diz Drauzio Varella
Drauzio Varella 300x199 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPENDENTE QUÍMICOPara o médico, medida pode não ser a ideal, mas politizar a questão torna a discussão inútil; segundo ele, ninguém tem receita exata para tratar dependentes de crack
Revoltado. É assim que o médico e colunista da Folha Drauzio Varella, 69, diz se sentir com a polêmica envolvendo a internação compulsória de dependentes de crack, adotada há uma semana pelo governo Alckmin.
Cancerologista de formação e com profundo conhecimento em dependência química, Varella considera a discussão “ridícula”.
“Que dignidade tem uma pessoa jogada na sarjeta? Pode ser que internação compulsória não seja a solução ideal, mas é um caminho que temos que percorrer. Se houver exagero, é questão de corrigir.”
Ele defende que as grávidas da cracolândia também sejam internadas mesmo contra a vontade. “Eu, se tivesse uma filha grávida, jogada na sarjeta, nem que fosse com camisa de força tiraria ela de lá.”
A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha, na última quinta, em seu consultório no centro de São Paulo.
Folha – Muito se discute sobre a ineficácia das internações compulsórias. Na opinião do sr., elas se justificam?
Drauzio Varella – Não conhecemos bem a eficácia ou a ineficácia porque as experiências com internações compulsórias são pequenas no mundo. Mesmo as de outros países não servem para nós. O Brasil tem uma realidade diferente.
Neste momento, temos uma quantidade inaceitável de usuários. E muitos chegando aos estágios finais. Estão nas ruas, nas sarjetas. O risco de morte é muito alto, e nós estamos permitindo isso.
Qual o tratamento ideal?
Depende da fase. Você tem usuários que usam dois ou três dias e param. Tem gente que usa um, dois dias, repete e nunca mais fica livre. E você tem os que chegam à fase final.
A gente convive com essa realidade, e quando o Estado resolve criar um mecanismo para tirar essas pessoas da rua de qualquer maneira começa uma discussão política absurda. Começam a falar que essa medida não respeita a dignidade humana. Que dignidade tem uma pessoa na sarjeta daquela maneira?
Está na hora de parar com essa discussão ridícula. Pode ser que internação compulsória não seja a solução ideal, mas é um caminho que temos que percorrer. Se houver exagero, é uma questão de corrigir. Vão haver erros, vão haver acertos. Temos que aprender nesse caminho porque ninguém tem a receita.
O debate está ideologizado?
Totalmente. É uma questão ideológica e não é hora para isso. Estamos numa epidemia, quanto mais tempo passa, mais gente morre.
Sempre faço uma pergunta nessas conversas: ‘Se fosse sua filha naquela situação, você deixaria lá para não interferir no livre arbítrio dela?’
Eu, se tivesse uma filha grávida, jogada na sarjeta, nem que fosse com camisa de força tiraria ela de lá.
Quando vemos essa discussão nos jornais, parece que estamos discutindo o direito do filho dos outros de continuar usando droga até morrer. É uma argumentação frágil, jargões vazios, de 50 anos atrás. Eu fico revoltado com essa discussão inútil.
E o que fazer com as grávidas do crack?
São casos de internação compulsória, o sistema de saúde tem que ir atrás e internar mesmo que não queiram. O crack é mais forte do que o instinto materno. Elas não param porque estão dominadas pelo crack. Tem uma relação de uso e recompensa e acabou. Nada vale tanto quanto essa dependência.
Como prevenir a gravidez na cracolândia?
É a coisa mais fácil. Há anticoncepcionais injetáveis, dá a injeção e dura três meses.
Haveria mais polêmica…
A menina não engravida para experimentar os mistérios da maternidade, ela engravida porque na situação em que ela vive não há outra forma de se relacionar com os homens. Essa é a realidade.
Precisa levar para um lugar onde terá amparo, um pré-natal decente. Não podemos ficar nessa posição passiva.
Por que é tão difícil adotar uma estratégia efetiva de enfrentamento do crack?
Pela própria característica da dependência. É uma doença crônica. Você deixa de ser usuário de uma droga qualquer, mas não deixa de ser dependente. É a mesma história do fumante. Há 20 anos sem fumar, um dia fica nervoso, pega um cigarro e volta a fumar. Ou do alcoólatra.
Com o crack, é a mesma coisa, a dependência persiste para sempre. Você pega uma pessoa que fuma crack, interna, passa por psicólogo, reata laços com a família, passa um ano sem fumar. Aí, um belo dia, recomeça tudo. Você não pode dizer que o tratamento falhou. Ele ficou um ano livre. Isso não invalida que ele seja tratado novamente.
Fazendo uma analogia com a especialidade do sr., é como tratar um tumor avançado?
Exatamente. Eu pego uma paciente com câncer avançado, faço um tratamento agressivo com quimioterapia e ela passa seis meses com remissão da doença.
Acho ótimo. Pelo menos passou seis meses bem, com a família, tocando as coisas. Aí, quando sai da remissão [volta do tumor], a gente tenta outro esquema. A gente não se dá ao direito de não tratar um doente porque a doença vai voltar. Por que não se faz isso com usuário de drogas?
Isso acontece porque há muito preconceito com as dependências de uma forma geral?
Sim, temos muito preconceito. Nós usamos drogas também, uns fumam, outros bebem, só que temos controle. E temos o maior desprezo pelos que perdem o controle.
Qual o futuro do tratamento das dependências?
A medicina não sabe tratar dependência. Vejo na cadeia meninas desesperadas, me pedindo ajuda. Eu fico olhando com cara de idiota. Não tem o que fazer. Só posso dizer: fique longe da droga.
Não tem um remédio que você diga: você vai tomar um remédio bom em que 30% dos casos ficam livres da droga.
O problema é o prazer. Se você conseguir uma pequena molécula que inative os receptores dos neurônios que recebem a cocaína, o sujeito deixa de ter prazer. Há experiências com anticorpos para tentar desarmar essa ligação, mas estamos em fase inicial.
O sr. acredita que veremos o fim dessa epidemia do crack?
Droga é moda, e a moda do crack vai passar ou ficar restrita a pequenas populações.
Mas para isso acontecer não é preciso uma política nacional de enfrentamento do crack?
Acho que temos que ter uma política nacional para definir as grandes diretrizes. Mas não acho que vamos definir isso com políticas nacionais. Temos que particularizar. Cada cidade tem que criar estruturas locais de atendimento.
Nós perdemos muito tempo. Não fizemos campanha educacional, não trabalhamos as crianças. Agora todos ficam horrorizados. Temos que ter aulas nas escolas, aprender desde pequeno. Precisamos chegar antes da dependência. (Cláudia Collucci, na Folha)
terça-feira, 29/01/2013 – 18:07
 Este assunto precisa ser abordado em todas entidades públicas e privadas, como chefes de família devemos ser amigos dos nossos filhos, conversar com eles, mostrando que somos além de pais amigo e parceiro.
Antônio Borges.. 
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