quinta-feira, 26 de junho de 2014

"O criador e a criatura"

 Olá!  Diante do desespero vivido pela presidente Dilma Rousseff  que vem caindo nas pesquisas de intenções de votos, o Partido dos Trabalhadores começa a tomar medidas praticamente estrambólicas, na última convenção do PT, o  ex-presidente Lula classifica Dilma Rousseff como "criatura criada por ele"! Um discurso asqueroso e ovacionado pela militância petista. 


"LULA: 'CRIADOR E CRIATURA PODEM CONVIVER'"

As declarações de Lula nos leva até a ficção, o romance 

da nomeada Mary Shelley e seu monstro particular. 

 Embora a cultura popular tenha associado o nome Frankenstein à criatura, esta não é nomeada por Mary Shelley. Ela é referida como “criatura”, “monstro”, “demônio”, “desgraçado” por seu criador. Após o lançamento do filme Frankenstein em 1933 o público passou a chamar assim a criatura. Isso foi adotado mais tarde em outros filmes. Alguns argumentam que o monstro é, de certa forma, um “filho” de Victor, e portanto pode ser chamado pelo mesmo sobrenome.
Frankenstein é o antigo nome de uma antiga cidade na Silésia, local de origem da família Frankenstein. Mary Shelley teria conhecido um membro desta família, o que possivelmente influenciou sua criação.
 Lula criou Dilma Rousseff? Será ela
apenas uma criatura!

“É plenamente possível criador e criatura viverem em harmonia”. 


Veja o prontuário da presidente da república e tire suas conclusões; Até quando como criatura!

"Com o fim do bipartidarismo, participou junto com Carlos Araújo dos esforços de Leonel Brizola para a recriação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Após a perda da sigla para o grupo de Ivete Vargas, participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Araújo foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990. Foi, também, por duas vezes, candidato a prefeito de Porto Alegre, perdendo para os petistas Olívio Dutra, em 1988, e Tarso Genro, em 1992. Dilma conseguiu seu segundo emprego na primeira metade dos anos 1980 como assessora da bancada do PDT na assembleia legislativa do Rio Grande do Sul.
Secretária Municipal da Fazenda
Araújo e Dilma dedicaram-se com afinco na campanha de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, em 1985, sendo que em sua casa foi preparada grande parte da campanha e do programa de governo. Eleito prefeito, Collares a nomeou titular da Secretaria Municipal da Fazenda, seu primeiro cargo executivo. Collares reconhece a influência de Araújo na indicação, mas ressalta que, para isso, certamente também contribuiu a competência de Dilma.
Na campanha do pedetista Aldo Pinto para o governo do estado em 1986, Dilma participou da assessoria. O candidato a vice na chapa era Nelson Marchezan, um dos mais destacados civis apoiadores da ditadura militar. Mesmo que tenham sido amplamente derrotados pelo candidato do PMDB, Pedro Simon, vinte anos depois, Dilma ainda assim justifica a polêmica aliança: "Marchezan foi líder da ditadura, mas nunca foi um 'enragé'. A ala Marchezan era a ala da pequena propriedade radicalizada. E ele era um cara ético".
Dilma permaneceu à frente da Secretaria Municipal da Fazenda até 1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Araújo à prefeitura de Porto Alegre. Foi substituída por Políbio Braga, que conta que Dilma tentara convencê-lo a não assumir o cargo, aconselhando-o, então: "Não assume não, que isso pode manchar a tua biografia. Eu não consigo controlar esses loucos e estou saindo antes que manche a minha." Enquanto Collares lembra da gestão de Dilma como exemplo de competência e transparência, Políbio Braga discorda, lembrando que "ela não deixou sequer um relatório, e a secretaria era um caos".
A derrota de Araújo na candidatura a prefeito alijou o PDT dos cargos executivos. Em 1989, contudo, Dilma foi nomeada diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas acabou sendo demitida do cargo pelo presidente da casa, vereador Valdir Fraga, porque chegava tarde ao trabalho. Conforme Fraga, "eu a exonerei porque houve um problema com o relógio de ponto".

Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicações

Em 1990, Alceu Collares foi eleito governador, indicando Dilma para presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), na qual ela estagiara na década de 1970. Permaneceu ali até fim de 1993, quando foi nomeada Secretária de Energia, Minas e Comunicações, sustentada pela influência de Carlos Araújo e seu grupo político.Permaneceu no cargo até final de 1994, época em que seu relacionamento com Araújo chegou ao fim, abalado pela descoberta da gravidez da mãe de Rodrigo, nascido em 1995. Depois reconciliaram-se e permaneceram juntos até 2000, quando Dilma foi morar só em um apartamento alugado.
Em 1995, terminado o mandato de Alceu Collares, Dilma afastou-se dos cargos políticos e retornou à FEE, passando a ser editora da revista Indicadores Econômicos. Foi nesse intervalo que ela se matriculou oficialmente no curso de doutorado da Unicamp, em 1998. Em 1998, o petista Olívio Dutra ganhou as eleições para o governo gaúcho com o apoio do PDT no segundo turno, e Dilma retornou à Secretaria de Minas e Energia. Conforme Olívio, "Eu já a conhecia e respeitava. E a nomeei também porque ela estava numa posição mais à esquerda no PDT, menos populista".
O PDT ganhara alguns cargos no primeiro escalão, mas Leonel Brizola entendia que seu partido tinha pouco espaço no governo, administrando parcela ínfima do orçamento. Por não conseguirem mais espaço, os pedetistas foram pressionados a entregar seus cargos. A composição da chapa para a prefeitura de Porto Alegre nas eleições de 2000 acentuou a briga entre os dois partidos, pois o PDT indicava Alceu Collares e o PT, Tarso Genro. Dilma defendeu a manutenção da aliança que elegera Olívio Dutra e apoiou a candidatura de Tarso Genro, por não aceitar "alianças neoliberais e de direita", mesmo já tendo defendido a aliança com Marchezan, da ditadura militar, na eleição de 1986. Genro venceu Collares no segundo turno e Dilma filiou-se ao PT. Brizola acusou de traidores os egressos: "Venderam-se por um prato de lentilhas".
Na sua gestão na Secretaria de Minas e Energia do governo Dutra, a capacidade de atendimento do setor elétrico subiu 46%, com um programa emergencial de obras que reuniu estatais e empresas privadas. Em janeiro de 1999, Dilma viaja a Brasília e alerta as autoridades do setor elétrico de que, sem investimentos em geração e transmissão de energia, os cortes que o Rio Grande do Sul enfrentara no início de sua gestão ocorreriam no resto do país. Na crise do apagão elétrico no final do governo Fernando Henrique Cardoso, os três estados da Região Sul não foram atingidos, não sendo imposto qualquer racionamento, pois não houve estiagem na região. Ainda assim, houve economia voluntária de energia e Dilma tentou obter compensação, como se concedia nas demais regiões. O governo federal não cedeu e Dilma conseguiu contemporizar junto à iniciativa privada gaúcha. Conforme Pedro Parente, chefe da Casa Civil no governo FHC, "Ela era pragmática, objetiva e demonstrou que tinha um diálogo fluido com o setor empresarial".

Ministra de Minas e Energia

Os assuntos relacionados à área de minas e energia na plataforma do candidato Lula eram discutidos em reuniões coordenadas pelo físico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa. Este, como Ildo Sauer, outro destaque do grupo, era totalmente contrário às privatizações no setor, que, em sua visão, eram as responsáveis pelos problemas energéticos que o país passava. Convidada por Pinguelli a participar do grupo em junho de 2001, Dilma chegou tímida para integrar uma equipe com vários professores, mas logo se sobressaiu com sua objetividade e bom conhecimento do setor. Para todos no grupo, contudo, era evidente que Pinguelli seria o ministro de Minas e Energia, caso Lula vencesse a eleição em 2002."
Então vejam!


Factoide de Lula:


 É vergonhoso para qualquer ser humano ser classificado desta forma, com um curriculum estimável a presidente poderia ser mais autêntica nos seus projetos.

Lula cria um discurso no mínimo preconceituoso, um esteriótipo nada honesto com um tema delicado.  


"O ex-presidente Lula também elogiou o Mundial e comparou a campanha ao jogo entre a Costa Rica e a Itália, na qual o país centro-americano venceu, contrariando todas as projeções. Ele acrescentou que Dilma sofrerá novamente nesta campanha preconceito por ser mulher."



"Temos que ter orgulho de ir para a rua e defender essa mulher contra todo e qualquer preconceito, porque na cabecinha deles, mulher nasceu para ser mulher de cama e mesa. Mas para a gente, mulher é agente transformador."




-" Dilma, a gente vai provar mais uma coisa neste país: que é possível uma presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum atrito entre os dois, numa demonstração de que é plenamente possível o criador e a criatura viverem juntos, com harmonia - afirmou."


 A ficha de Lula não caiu. Ele têm convicção que as "conquistas" da presidente da republica Confederativa Brasileira se deve à ele. E sem ele a presidente não seria capaz!

 Lula é experto em criar factoides, do seu jeito eufórico crapuloso sensacionalista ele tenta passar o falso sentimento de preconceito! Só o próprio ex-presidente para levantar esta polêmica! 


Militância confusa:

"O ex-presidente disse que nos quatro anos de governo Dilma cumpriu o que prometeu em janeiro de 2011, quando ela assumiu a Presidência, e ressaltou que não há divergências entre os dois. Ambos foram recebidos pela militância com os gritos de guerra "ole, ole, ole, olá, Lula, Lula" e "ole, ole, ole, olá, Dilma, Dilma".

 A militância petista parece não aderir o nome de Dilma Rousseff, há uma divisão dentro do Partido dos Trabalhadores a reeleição da presidente, algo que está sendo administrado pelos caciques do partido. 

 Embora o PT tenha lançado o nome de Dilma para reeleição, os sentimentos de refugo continuam em alguns dentro da militância.


PT e Lula pressionam presidente a abrir o cofre

 22/06/2014
PT e Lula, abrir cofrespt_andre_dusekQuando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas públicas ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, há cerca de duas semanas, em Porto Alegre, deixou visível as divergências entre ele, o PT e a presidente Dilma Rousseff em torno da condução da política econômica neste ano eleitoral. A afilhada começou a atender à parte das pressões vindas do antecessor e do partido e, na campanha, será preparada para confrontar números dos 12 anos de gestões petistas com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo fontes próximas de Lula e Dilma, embora mantenham uma relação estreita de parceria, são frequentes as discordâncias sobre os rumos da economia. Lula cobra que o governo abra o cofre para aumentar o crédito na praça, agradar setores do empresariado e do agronegócio e criar uma sensação de aquecimento da economia às vésperas da eleição, enquanto Dilma defende a política de rédea curta nos gastos, temendo o descontrole da inflação.
Embora a presidente seja a responsável pela chave do cofre, petistas apontam pelo menos três casos recentes nos quais Dilma cedeu às pressões de Lula e do PT e abriu o cofre.
Pressões. O primeiro caso foi a liberação do volume recorde de R$ 156 bilhões para o Plano Safra 2014/2015, anunciado em 18 de maio. No dia seguinte, Dilma sancionou a lei que cria o piso salarial nacional de R$ 1.040 para agentes comunitários de saúde. De acordo com pessoas próximas à presidente, integrantes da equipe econômica recomendaram veto ao projeto de lei aprovado pelo Congresso, alegando que a iniciativa teria impacto de R$ 3 bilhões anuais no Orçamento da União. Mas Dilma cedeu às pressões de Lula – e principalmente do PT – e acabou sancionando a lei.
O terceiro exemplo é o pacote de benefícios para a indústria, anunciado na quarta-feira em reunião do Fórum Nacional da Indústria, que inclui mudanças no Refis, extensão do Plano de Sustentação de Investimentos (PSI) e a desoneração da folha de pagamento para 56 setores, entre outras benesses. Lula foi um dos defensores dessas medidas, contrariando orientações da equipe econômica.
Lula e o PT já tem traçada a estratégia para debater economia na campanha. A principal mensagem do programa de governo será a de que o Brasil é o país de “oportunidades” para quem trabalha e investe aqui.
Para tentar desconstruir o discurso da oposição de que é possível fazer mais e melhor, Dilma adotará o mote de que só quem fez no passado pode promover mudanças sem sustos nem rupturas e melhorar o futuro.
Estratégia. Para inflar os indicadores sociais e econômicos, a propaganda do PT tratará o governo de Dilma e Lula como se fossem um só, desde 2003. A estratégia é considerada necessária porque vários índices caíram sob Dilma, que enfrentou uma crise financeira mundial.
De posse desses dados, a equipe da reeleição vai comparar o atual período com os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Embora o Produto Interno Bruto tenha crescido pouco na gestão Dilma, a propaganda destacará que o PIB, em dólares, cresceu 4,4 vezes desde o primeiro ano da gestão FHC.
Para contornar o crescimento baixo do PIB no governo Dilma, a campanha também pretende ideologizar o debate econômico, dando mais destaque à redução do desemprego, que hoje é de 4,9% contra 12,6% do último ano da gestão presidencial tucana, para sustentar o argumento de que as oportunidades de trabalho têm mais impacto na vida da população do que o índice de crescimento econômico.
Além disso, o PT vai aproveitar todos os espaços possíveis para provocar o candidato do PSDB, Aécio Neves, a revelar suas propostas para a economia, explorando a declaração do tucano de que tomaria “decisões impopulares” na economia.
O Estado de S.Paulo
Claro que estamos em época de eleições porém a 

presidente não pestanejou.. 

Dilma Rousseff disse que lançará Minha Casa, Minha Vida 3Marcelo Camargo/13.06.2014/Agência Brasil
A presidente Dilma Rousseff aproveitou uma cerimônia para entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida no Amapá para anunciar que lançará em 1 ou 2 de julho a terceira edição do programa que tem como meta reduzir o déficit habitacional do País.
No início do mês, a presidente afirmou que a meta inicial da terceira fase do Minha Casa Minha Vida será de 3 milhões de moradias.
Desde 2011, o programa teve dois milhões de moradias contratadas. Até o fim de 2014, ainda serão contratadas outras 750 mil unidades habitacionais pelo programa. A maioria das residências construídas no âmbito do Minha Casa Minha Vida é destinada a famílias de baixa renda e à compra dos imóveis é subsidiada.
No final de abril, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão Safady, afirmou que seria provável a criação de mais uma faixa de atendimento no programa. Hoje, cada morador pode se adequar em até três faixas de renda, quanto mais baixa, maior o subsídio do governo.
A primeira faixa do programa vale para famílias com renda mensal de R$ 1.600. A segunda envolve famílias com renda de até R$ 3.100 e a terceira vai até R$ 5.000. Na área rural, as faixas de renda são anuais: até R$ 15 mil, até R$ 30 mil e até R$ 60 mil.
Durante o evento, Dilma também anunciou ter pedido que seja publicado na terça-feira o edital de construção e finalização do terminal de passageiros do aeroporto de Macapá (AP), além da melhoria de pátios e pistas.
A intenção, de acordo com a presidente é ampliar a capacidade do aeroporto de aproximadamente 900 mil passageiros para 4,5 milhões de pessoas.
O discurso está sendo aprimorado para começo de campanha, mais nem sempre com novidades!
Dilma repete em discurso de relançamento promessas da posse que não cumpriu
Josias de Souza



Ao discursar na convenção do PT, neste sábado (21), Dilma Rousseff pronunciou 47 vezes palavras ou expressões com o significado de recomeço ou de ajuste. Considerando-se que o pronunciamento ocupou 17 páginas, o conceito de correção de rumos foi evocado, em média, 2,7 vezes por folha.
Dilma mencionou 17 vezes o vocábulo ‘transformação’, duas das quais no infinitivo, uma no plural e uma no gerúndio. Citou 12 vezes a palavra “reforma”. Repetiu sete vezes a expressão “novo ciclo”. Referiu-se uma vez a “novo salto”. Falou em “mudança” cinco vezes, duas no plural. Por fim, utilizou cinco vezes o verbo “melhorar”.
Tomado isoladamente, o discurso revelou o esforço notável de uma governante com a popularidade em queda para ajustar o vocabulário ao desejo de mudança manifestado por 74% do eleitorado, segundo o Datafolha. Comparado à peça que Dilma leu no Congresso Nacional no dia de sua posse, em 1º de janeiro de 2011, o texto se torna matéria prima para a oposição —uma espécie de autodenúncia de tudo o que não foi feito.
A três meses da eleição, a presidente repetiu na forma de promessas compromissos que assumira na posse e que não conseguiu executar. Fez isso sem pronunciar nenhuma frase que pudesse ser entendida como uma autocrítica. Ao contrário. Em algumas passagens de sua fala, Dilma culpou terceiros pelos malogros do seu governo.
No discurso da posse, Dilma afirmara que a reforma política era “tarefa indeclinável e urgente” de sua gestão. Acenara com “com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.”
Na bica de encerrar o mandato, Dilma salta o mea-culpa e admite que a “tarefa indeclinável e urgente” de três anos e meio atrás é uma obra por realizar. Ela já não avoca para si toda a responsabilidade. Prefere dividir o esforço com o povo: “Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um Plebiscito.”
No dia da posse, Dilma arrancara aplausos de deputados e senadores ao declarar que, “no plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.”
A presidente do discurso inaugural, considerava “tarefa indispensável” do seu governo liderar “uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.”
Nos lábios da Dilma deste sábado, o compromisso de melhorar os serviços públicos, antes “decisivo, irrevogável e indispensável”, virou um objetivo impalpável a ser obtido num futuro incerto, no bojo de um ambicioso ‘Plano de Transformação Nacional’. Desde que governadores e prefeitos deixem de ser um estorvo para as boas intenções do governo federal.
“Um Plano de Transformação Nacional desta envergadura, só pode se concretizar com uma ampla reforma, capaz de redefinir os papéis dos entes federados”, disse Dilma, antes de transferir para as instâncias inferiores as culpas pelo insucesso de Brasília: “Não é por acaso que alguns dos serviços públicos que apresentam mais deficiência são os que têm interface entre os governos federal, estaduais e municipais.”
Dilma enfatizou: “É preciso reestudar e redefinir novos papéis e novas funções para os entes federados, porque a complexidade crescente dos nossos problemas exige esta mudança.” Ela enganchou uma reforma na outra: “É importante que a redefinição do pacto federativo integre o âmbito da grande reforma política que o Brasil necessita. Esta reforma é fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública.”
Vendida pela propaganda de 2010 como supergerente, a Dilma do dia da posse falava em “consolidar o Sistema Único de Saúde”. Dizia isso num tom tão peremptório que a coisa parecia simples. “Será outra grande prioridade do meu governo”, ela declarava. “Vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro”, ela prometia. “Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo”, ela sonhava.
Sob essa Dilma em início de jornada, o SUS trataria sua clientela como nunca antes na história desse país. Os hospitais públicos proveriam “todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.”
A presidente de então empregaria “a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.” Ela estabeleceria “parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.”
No discurso da nova Dilma, o sonho da saúde perfeita virou um pesadelo do qual a candidata à reeleição tenta acordar. Transformou-se também numa nova promessa: “A reforma dos serviços públicos dará atenção especial à melhoria da qualidade da saúde”, informou a presidente aos convencionais petistas. Misturando programas deflagrados sob Lula a iniciativas adotadas na sua gestão, Dilma ainda tentou remediar o fiasco:
“Fizemos o Samu, as Upas, os medicamentos gratuitos do ‘Aqui Tem Farmácia Popular’, a Rede Cegonha e o Mais Médicos, um programa estratégico que fortalece o SUS”, disse a recandidata. Na sequência, reconciliando-se com o óbvio, ela admitiu: “Temos nos esforçado muito, mas os serviços de saúde precisam sofrer, ainda, uma transformação mais profunda para ficar à altura das necessidades dos brasileiros.”
Dilma sofreu um choque de realidade também na área educacional. No dia da posse, ela dizia que, a despeito dos avanços obtidos nesse setor, “só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.”
Nessa época, Dilma sustentava que “somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.” Pois bem. A candidata à reeleição agora fala em “novo ciclo”. Mas com objetivo velho. “Este novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é uma transformação na qualidade da educação”, discursou Dilma na convenção deste sábado.
Considerando-se as palavras ex-gerentona, a sala de aula ideal, que parecia roçar-lhe o nariz em janeiro de 2011, perdeu-se nos desvãos da ineficiência da engrenagem governamental. “E não adianta ficar dando voltas”, declarou a neo-Dilma. “A transformação da Educação só se consolida com a valorização plena e real do professor —com melhores salários e melhor formação”, ela acrescentou, como se tratasse do tema pela primeira vez.
A três meses e meio das eleições, Dilma reposicionou-se em cena: “Já começamos a fazer isso e vamos acelerar muito mais quando ingressarem os 75% dos royalties do petróleo e os 50% do excedente em óleo do pré-sal. Todos destinados à Educação.”
A oradora só esqueceu de mencionar o seguinte detalhe: nas previsões mais otimistas, o óleo do pré-sal jorrará em escala comercial apenas num ponto longínquo do calendário, nos arredores de 2020. Quer dizer: a “valorização plena e real do professor” é coisa para o segundo ano do mandato do sucessor do próximo presidente da República.
Há duas Dilmas também na área mais importante, a econômica. A Dilma do discurso da posse escorava a superação da miséria do país em “um longo ciclo de crescimento”. Falava coisas assim: “É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações. É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.”
A Dilma atual, gestora de um PIB miúdo e declinante, já não fala de crescimento com tanto entusiasmo. Ela prefere discursar sobre as desculpas. Nessa matéria, a candidata põe a culpa no mundo: “Quando eu assumi o governo, o mundo era um. Pouco tempo depois, o mundo era outro.”
Acrescentou: “A verdade é que a crise econômica e financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das maiores economias do mundo, mas boa parte do sistema político e econômico mundiais, ao aumentar o desemprego, abolir direitos e semear a desesperança.”
Depois de desenhar essa conjuntura de fim do mundo, Dilma se absteve de mencionar o Pibinho. Discorreu sobre a maneira “competente'' como administrou o Apocalipse financeiro. “O Brasil, dessa vez, não se rendeu, não se abateu, nem se ajoelhou!”, disse (o ponto de exclamação consta da versão escrita do discurso. “O Brasil soube defender, como poucos, o mais importante: o emprego e o salário do trabalhador –e foi o país que melhor venceu esta batalha!” Mas como sustentar a tese de que o salário se manteve a salvo das oscilações inflacionárias?
Munida de autocritérios, Dilma disse aos petistas que a aclamaram como candidata oficial do partido: “Pela primeira vez em nossa história, o trabalhador não pagou o preço da crise. Enquanto no resto do mundo a crise devorou, desde 2008, 60 milhões de empregos, aqui foram criados 11 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.” De resto, afirmou a candidata, o governo “manteve a política de valorizaçãoo do salario mínimo” e reajustou o Bolsa Família “acima da inflação.”
A Dilma da posse reiterava o compromisso de “manter a estabilidade econômica como valor absoluto.” Ela dizia que “já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.”
Hoje, informam as pesquisas, a percepção do eleitorado sobre o aumento da carestia é um dos elementos que roem a popularidade do governo e o volume de intenções de voto de Dilma. Ao que a candidata responde: “O povo quer mais e melhor —e nós e também.” Ironicamente, Dilma só fala de economia no plural. Ela não toma o seu período de governo isoladamente. Refere-se aos “últimos onze anos”, como se a sua gestão e os oito anos de Lula, espécie de presidente emérito, formassem um único mandato hipertrofiado.
Foi “o mais longo período de inflação baixa da história brasileira”, declarou Dilma, pulando o fato de que a taxa inflacionária distanciou-se do centro da meta oficial, que é de 4,5% ao ano. Mantém-se teimosamente acima dos 6%, com tendência de furar o teto da meta, de 6,5%, até o final de julho. Como não pode modificar o passado nem reverter o presente, Dilma trata do futuro, a única fase do tempo que não pode ser conferida ou cobrada.
“Temos, agora, uma oportunidade rara na história'', ela discursou. “Criamos as condições para defender os grandes resultados de um ciclo extraordinário e, ao mesmo tempo, temos força para anunciar o nascimento de um novo ciclo de desenvolvimento”. Em meio à pompa da convenção, Dilma soou como se não tivesse receio de tropeçar nas circunstâncias.
“Este novo ciclo manterá os dois pilares básicos do nosso modelo —a solidez econômica e a amplitude das políticas sociais —e trará avanços ainda maiores na melhoria da infraestrutura e dos serviços públicos, na qualidade do emprego, no desenvolvimento tecnológico e no aumento da produtividade da nossa economia.”
O lema da nova campanha de Dilma é “Mais Mudanças, Mais futuro.” Ela antevê “grandes batalhas” até o dia da eleição. Pediu ajuda à militância petista. “Se na eleição do presidente Lula a esperança venceu o medo, nessa eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação. O nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado”, afirmou.
Dilma se referia, evidentemente, às duas presidências tucanas de FHC. Para ela, o Brasil dessa época não produziu senão arrocho, alienação do patrimônio público e endividamento externo. Muita gente dirá que, no discurso da candidata do PT, a mentira e a desinformação prevalecem sobre a verdade. Dilma se livraria da polêmica se, em vez de recuar até a era tucana, estacionasse no início do seu próprio governo. Se o Brasil de 2014 tivesse 10% das maravilhas daquele país esboçado no discurso de janeiro de 2011, a eleição de outubro poderia ser cancelada. Dilma estaria reeleita."